Jornadas alquímicas de iniciação feminina pelos caminhos da Sexualidade, da Dança e da Conexão com a Natureza... (Dúnia La Luna)
"A Serpente é o entendimento de todas as coisas e a compreensão da vacuidade d'elas. Seguindo um caminho que não é o de nenhuma ordem nem destino, ela ergue-se á Altura que é a sua origem... Ela é o entendimento de tudo, a fusão dos opostos, do bem e do mal, a da valia da emoção como emoção e da vontade como vontade... " (Fernando Pessoa)



quinta-feira, 6 de abril de 2017

Lições de uma Menstruação Irregular - Abandonando o Ideal do Ciclo Feminino

Patrícia Ariel
Desde que menstruo, o meu ciclo nunca se apresentou regular. Fui diagnosticada com a síndrome dos ovários policísticos. O diagnóstico é pessoal, mas meus estudos de dança e do universo feminino me mostraram que o ciclo regular não é tão comum quanto se imagina.
A maioria das mulheres ou toma pílula por muuuuito tempo – e essa dose de hormônios cria uma regularidade artificial - ou então  vive
também essa inconstância.   Para mim, e para algumas mulheres que convivo, isso girava frustração. Afinal, consciente da sacralidade do feminino e buscando essa conexão em mim, tinha que admitir que eu não estava lá muito bem sincronizada com essa energia, pois meus ciclos não funcionavam de acordo com o ciclo lunar. 
Para as tradições do sagrado feminino, o ciclo da Lua é um referente processo de conexão com a vida, que se repete no corpo da mulher. Então, eu corria para tentar me encaixar no ciclo de 28 a 30 dias, que é o ciclo lunar, acreditando que esse era o único ritmo da vida. Eu buscava essa conexão e me frustrava sempre porque meu corpo se recusava a obedecer a este ideal.


 Meu sangue ocorria mais ou menos de 3 em 3 meses, meu ovário sempre foi policístico, engravidei menstruada, tive um parto fora da data prevista pelo ultrassom. Enfim, eu não me encaixava  nos ideais de regularidade.

Tentei de tudo: de pílula a florais; de dança a meditação; de emagrecimento a mudanças alimentares e diversos rituais. Resultado? Fiquei 1 ano e meio sem sangrar!



 Decidi que não iria mais buscar alternativas, mas aceitaria essa condição. Mantive porém meu ritual de cuidados femininos, que incluem: aromaterapia, banhos, massagens e os exercícios pélvicos na terra. Meu ciclo passou a acontecer em períodos de 3 a 5 meses, chegando sem avisar, sem tempo para cessar. Aceitei tudo, tentando ficar livre dos julgamentos.

Nessa época, tive uma forte dor de cabeça, daquelas penetrantes, que latejam de um lado só das têmporas (bem sintomática na pré-menstruação). Eu já vinha sofrendo com uma dor de cabeça regular, mas não notei sua frequência e buscava explicações mentais para ela:  achava que era sono insuficiente, viagens constantes a São Paulo, mau jeito no corpo, fotosensibilidade e assim por diante. Todos esses motivos imaginários justificavam um remédio de relaxamento muscular ou algo assim. E eu me rendia aos analgésicos!

 Aquela dor, porém, estava mais forte, vinha com marteladas latejantes e também com um congestionamento do líquido corporal muito forte (aquela sensação de inchaço que antecede a menstruação, mas essa era extrema.).  Mesmo depois de me medicar a dor persistia, torturando-me muito. Como eu moro no alto de uma montanha na Serra da Mantiqueira (SP), fui tomar um banho de cachoeira, e, com à água, aaaahhhh, que alívio... Saí da água e a dor voltou com a mesma intensidade. No desespero, recorri a mais algumas práticas; e, como nada dava resultado, procurei um refúgio no alto de uma montanha e comecei a rezar. Isso mesmo: rezar. Não me dirigi a nenhuma divindade específica. Lembro-me de sentar e começar a respirar fundo e a conversar com meu corpo e com a grande fonte da vida, pedindo para saber o que fazer. Respirando ali, passei a sentir o bombear do meu coração em compasso com a dor de cabeça. Pensei: "pode ser pressão alta", e fiquei receptiva, sem o menor controle, sabendo que abaixo do solo em que me sentava corre muita água, e que isso ajuda as linfas do corpo a fluir também.
Entregue a este processo, notei que a dor não era mais dor - só pulsação. Sentia meu coração forte e minha cabeça acompanhando, mas milagrosamente sem dor, sem doooor...  Senti um grande alívio.
Permaneci onde estava, curtindo essa sensação. Finalmente, reparo que TODO o meu corpo pulsava. Era vibrante, intenso, interessante e muito prazeroso. Enquanto inspirava e expirava, dei-me conta de que meu corpo todo pulsava porque o que de fato pulsava era a terra embaixo de mim; aquela montanha estava a todo vapor, estava viva, pulsante e eu a sentia muito claramente! Eu me encontrava em um estado corporal sensível, mas estava antes desconectada e por isso havia doído essa pulsão.
Cristina McAllister

Quando sentei na terra, permiti-me uma abertura e agora já sentia meu corpo contínuo ao da montanha. E senti, pela primeira vez, minhas raízes energéticas reais e pulsantes. Elas penetravam na terra e era como se eu fosse  uma das árvores recebendo energia e seiva.


Eu soube naquele instante o que era Ser um corpo e não ter um corpo. Pela primeira vez, eu estava vivendo a realidade de meu corpo, eu estava completamente rendida a ele; pela primeira vez, eu compreendi o que era Ser o corpo, e o que me permitiu isso foi a rendição a uma dor de cabeça!  A possibilidade de interpretar desse modo o que me acontecia, eu sabia, vinha de muito tempo atrás. Lembrei-me dos meus estudos do feminino.  Especialmente de uma aula com a Layla Elaine Gimenez (minha grande iniciadora nos mistérios do feminino, que me iniciou na dança) Nós estávamos estudando o livro- O Simbolismo do Corpo Humano de Annick de Suzenelle -, onde havia esta afirmação:



"Quem tem um corpo é um corpo entretido - Quem é o corpo é o corpo vivido".

Na época, acho que não entendi o significado disso, mas essa frase

nunca deixou de ressoar em mim. Levei quase 20 anos para que a lição se tornasse compreensível para mim, para além da mente, mas no corpo todo. Minha experiência de dor e alívio vivida naquele dia, no topo da montanha, foi transformadora. Percebi que, até então, eu tentava estabelecer contato com meu corpo a partir de uma ideal de feminino  e de como um corpo de mulher deveria funcionar. E hoje sei que ideias são fruto de uma exatidão mental, mas que a vida e a natureza não são exatas."



 Ali, eu abandonei a frustração de não ter um corpo ideal e dentro de um ciclo ideal. 

Ali eu admiti que meu corpo realmente sabe mais do que minha mente, e que tem muito para me mostrar. Ali eu soube que ele é como deve ser para que eu possa acessar o que é necessário acessar em minha jornada e de mais ninguém. Soube o quanto é inútil ficarmos à disposição dos ideais, mesmo que eles sejam lindos e cheios de poesia. Se eles não eram a minha realidade, então eu deveria abandoná-los.
Abandonei naquela montanha o conceito de ciclo lunar feminino ideal tal qual eu havia lido e aprendido. Entendi que o ciclo acontecia em mim e na maioria das mulheres de modo singular. O meu ciclo lunar era oculto, profundo e precisava que eu me aprofundasse em mim para vivê-lo, fosse como fosse; para poder acessar a minha singularidade e o saber o que só a mim a vida estava reservando.

     Naquele dia me assustei por assimilar que até então eu havia vivido um ideal, mas estava muito, muito feliz e leve por poder acreditar e seguir meu corpo mesmo com sua irregularidade.

E então compreendi como nossa maneira mental de viver está aquém do corpo. Mesmo nos propondo nos experimentar, criamos expectativas de como temos que experimentar e sobre o que tem que ocorrer nessa experimentação! 
Se formos pra experimentação real e  se observarmos ao nosso redor perceberemos a irregularidade da vida, as luas fora de curso, as estações que adiantam e atrasam porque o ritmo delas nem cabe no nosso conceito de datas, a terra que sofre todo tipo de abusos e que, para sobreviver, promove cheias e secas, enfim, irregularidades que reverberam em nossos ciclos pois nossa vida está conectada a vida do planeta


Paradoxalmente, só quando abandonei o ideal de ciclo lunar este realizou-se em mim!
Depois daquele episódio meu sangue não verteu no mês, mas sabia que ele estava por vir porque havia entendido a lição. Quando verteu, eu o recebi como a bebida revitalizante dos deuses, e, desde então, o sangue flui como e quando pode, não julgo mais o que é melhor e não idealizo o que deveria ser... Muitas vezes ele chega todos os meses, mas outras vezes não. E tudo bem com isso, entro em contato aceito e sei que aprenderei algo diferente a cada situação. 


Tenho vivido os presentes da " irregularidade" a cada momento como uma singela expectadora que nada sabe. E já algum tempo, depois desse episódio, meu corpo vem me guiando e me ensinando a ver meus sistemas de fluxos energéticos sutis...

Explico: desde então sinto que posso fechar os olhos e perceber uma espécie de diferentes trajetos/teias sutis de energia que fluem entre orgãos em si e as forças vibracionais da natureza!
Assim realizo hoje uma série de visualizações sutis no meu corpo que me permite fortalecer e irrigar diferentes forças vitais para órgãos que podem estar necessitados, (como se fosse uma medicina sutil criada ou captada por meu próprio corpo)
Tenho oferecido essas "visualizações medicinais" em meus trabalhos e descobri que cada mulher tem tráfegos diferentes, próprios, e que cada uma tem a mesma possibilidade/capacidade, de com prática, descobrir suas próprias teias e conexões sutis!


Que cada mulher SEJA o seu próprio corpo, que cada ciclo seja percebido e honrado como se apresenta, que cada mistério seja aceito e que cada mulher realmente compreenda o sentido de honrar seu ritmo, seu ciclo único de lições únicas e pessoais.

Texto: Dúnia La Luna
Revisão: Deborah Paula Souza 



quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Quando o Feminino é um Mercado de Trabalho...

Sagrado Feminino, Sexualidade Sagrada, Espiritualidade Feminina...
Um assunto e uma força procurada, reemergente, necessária e assim também capturada por todo tipo de pensamento, comportamento patriarcal ao qual estamos condicionadas.
O dinheiro, a carreira, a visibilidade, a profissão, o ego, se tornam o objetivo principal do que se exerce e o processo e mergulho essencial são meros detalhes...
Será que o feminino sabe valorizar o Feminino? (vou mencionar Feminino com “F" maiúsculo para sinalizar a referência que faço ao seu aspecto sagrado, profundo, ligado a experiência pessoal e psicológica desta natureza. Entendendo-se por Feminino tudo aquilo ligado às sensações, ao intuitivo, aos sentidos e percepções, ao subjetivo e à guiança pelo coração.)

Como mulheres modernas, fruto de uma geração dirigida pelo patriarcado, somos condicionadas à critérios baseados em títulos e rótulos. Existem certificados e diplomas que empoderam e desempoderam pessoas para assegurar das qualidades para tudo aquilo em que decidimos investir nosso tempo e nosso dinheiro.
É assinando papéis, apreciando rótulos, seguindo regras, exigindo formações e catalogando objetivos, que deixamos atrofiar nosso "faro", nosso "radar" e a confiança nas nossas sensações.

É muito comum as pessoas escolherem pelo rótulo, pelo nome, confiarem em contratos (não em pessoas) e frequentarem locais pela publicidade.
Esse modelo qualitativo que enforma nossas capacidades o nos classifica (melhores ou piores) faz com que, por trás de toda a poética e da real necessidade em legitimarmos os valores Femininos,  fiquemos "correndo atrás da própria cauda” pois como boas filhas do patriarcado repetimos o seu padrão!
E se o assunto é conexão com o Feminino, uma vez que se tornou um mercado profissional, porque ser diferente?
Pois devo dizer que conectar-nos com o Feminino é investir completamente no oposto a tudo isso... Começando pelo fato de que eleger o que é melhor pela formação, títulos e divulgação midiática é perder a oportunidade de ouro de reestabelecermos a mais básica relação íntima com nossas sensações e nosso discernimento instintivo logo no início da jornada.
Pois há tempos que esse patriarcado dentro de nós nos subtrai o discernimento para escolher aquilo que realmente nos favorece.

Em contrapartida, entre nós, que sustentamos círculos e partilhamos caminhos ligados ao Feminino, sinto uma torturante e silenciosa corrida em busca de formações mirabolantes que nos confiram (umas sobre as outras) algum tipo de superioridade, por exemplo, hipoteticamente, "Especialista em Femenologia", como que para transmitir "segurança" ou atrair mulheres que estão buscando.

Fazer escolhas de modo racional e científico precisa ser modificado no comportamento que anseia ancorar o Feminino pois se continuarmos assim, além de toda incoerência, sem perceber diminuímos o valor daquelas mulheres que estão antes de nós e que são dotadas mais de suas vivências e experiências de muito tempo, (e que as vezes não tem nenhum título) e são de uma época (bem pouco tempo atrás) em que o que capacitava guiar outras mulheres era a disposição de autotransformação ininterrupta e uma visão profunda da vida.

Ao meu ver nós que sustentamos círculos e apoiamos outras mulheres em seus caminhares somos responsáveis em disseminar ou estancar esse modelo de reprodução/formação no que se refere a Feminino!
É nossa responsabilidade nos liberar da ideia equivocada de que os títulos ou formações nos garantem algo...



Veja, isso NÃO significa não estudar, não pesquisar... Significa seguir o "faro", acima de tudo, na busca de pessoas que estão aptas a nos apoiar. Sentir é diferente de racionalizar os caminhos da vida!
Seguir o "faro" é  olhar em torno de nós mesmas antes e PERCEBER as pessoas que estão  ao nosso redor (as vezes amig@s) com criações que admiramos, que nos sentimos afins fortalecendo-as e vendo nel@s possibilidades e não competição.
É buscando apoio com quem amamos e admiramos que investimos no Feminino e nos fortalecemos!
Seguir o "faro" é pôr em risco nosso Ego investindo umas nas outras, estabelecendo fluxo de confiança e apoio mútuos.
Embora não tenhamos com isso nenhum título ou formação, teremos apoio e confiança mais tarde também em nós mesmas para andar os nossos processos com os próprios pés! Isso é a definição de construir a Teia juntas e nada diferente disso!Seguir o "faro significa sermos honestas com nosso tempo de maturação (independente de tempo de curso) para cada coisa que sentimos partilhar com outras pessoas.

Nos tornamos maduras quando paramos de ser reprodutoras, por direito de título ou levianamente, e nos tornamos criadoras/catalizadoras.
Estamos maduras quando somos capazes de creditar e referenciar as criações que admiramos em nosso em torno, sem nos sentir ameaçadas, mas nos sentirmos humildes para aprender com outras como nós e assim também sentirmos pouco a pouco que somos capazes de correr o risco de assinar nossos caminhos, sem que ninguém ou nenhuma instituição nos garanta.

Quando se trata de Feminino, uma mulher com uma experiência profunda da vida certamente será mais preparada do que qualquer instituição ou pessoa que tenha (ou que ofereça) mil formações.
É nisso que se deve investir quando se trata de FEMININO!!!

Para nós, mulheres que se partilham, comprometidas com os caminhos de transformação, as referências de pessoas que confiam e passaram por nós são apoios que nos legitimam e são importantes!
Elas acontecem de modo informal, circular, por indicação e vai num crescente como uma espiral: quanto mais vivência, mais elos, mais referências boca a boca,,,
Pois não somos  pessoas com grandes organizações atrás de nós. Se temos coerência com o que disseminamos, sabemos que a liberdade é elemento primordial para realizarmos as nossas mudanças a nosso tempo, ao tempo da Alma, que é muito impermanente para sustentar os medos do ego e metas financeiras de locais demasiados comerciais!
As vezes estar aliada à empresas e locais comerciais nos enreda ou pelo suporte financeiro (onde deixamos de saber caminhar sem tantos recursos) ou nos enreda por uma  lealdade de retribuição com algo que já não ressoa mais em nossa alma. E então enfraquecemos nosso processo, fortalecendo mais uma vez o padrão antigo!
Sei o que falo, pois, meus 22 anos de caminhada me mostraram mais de uma vez o que é ter "rabo preso".
Aprendi minha lição e partilho-a... Devemos ter autonomia completa em nossos caminhos e livres de qualquer laço apertado mesmo que ele seja lindo e aveludado para apoiar verdadeiramente outras mulheres.

Apoiar é estarmos comprometidas com as jornadas necessárias para cada uma mergulhar em suas questões e raízes e esse compromisso envolve inclusive reconhecer quando aparecem processos que não somos capazes de acompanhar por que não temos bagagem suficiente, e nos sentir em paz  isso. Por isso existem tantos diferentes talentos, para indicarmos e encaminharmos quem não podemos atender na totalidade.

Mas se há promessa de formação haverá rótulos, sentimento de competição e cumprimento de cronograma num tempo fixo...
Se em nosso caminhar sentimos que é preciso acumularmos muitos títulos ou muitas buscas e aprovações, seja lá de que tipo for, acabamos também por disseminar esse comportamento e sentir necessário ofertá-los ás mulheres de nossos grupos que sintam chamados para se tornarem condutoras. Repetindo o velho padrão de insegurança!
Ofertar formações e títulos nos caminhos do Feminino como um licenciador é trair o Feminino porque gera exatamente o que queremos drenar no modo de vivermos: controle, poder, comparação, dependência e insegurança de andar sem tantos títulos!
Digo isso com todo respeito e um certo pesar compreensivo que tantas mulheres incríveis caiam nessa cilada. Alerta! O nosso sistema é criado para tropeçarmos o tempo todo...
Nosso ato compulsório é trair nossas Almas o tempo todo, ganhamos treino em desacreditá-la desde sempre.

E aliar-se ao caminho Feminino propõe mudarmos essa compulsão de nos trair!
Sem contar que não somos aptas a sermos apoiadoras nesse caminho o tempo todo, e num caminhar que não visa cumprir um cronograma fica orgânico o emergir de outras aptidões em nossos variados ciclos.

Se gastamos tempo e energia em conquistar títulos, o que nos resta para mergulharmos no que é verdadeiro para nós?
Se nos interessa nomes e publicidades, que espaço existe em nós para chegar as pessoas necessárias para apoiar nossos caminhos?
Uma boa guia necessita VIVENCIAR-SE, CONHECER-SE, necessita PAUSAR-SE vez ou outra e isso tem um tempo diferente a cada uma.
Quando se trata de Feminino a publicidade NÃO é a alma do negócio. Nem o estabelecimento, nem o rótulo e nem o tamanho dos grupos que se agregam em consequência de um marketing!

Para as mulheres contemporâneas, seguir o Feminino não é uma tarefa fácil, pois é participar de fato o tempo todo de sua própria transformação. É constatar que seguir os instintos é ir contra tudo o que se aprendeu ser correto. Não é cômodo, muito menos uma via fácil para se ter status. Mas é um caminho seguro para a Alma, dotado de liberdade em todos os sentidos: emocional, espiritual, sexual, psicológico.

E para isso ter força é necessário apoiarmos muito mais as pessoas do que os títulos e instituições.

Porque o que nos autoriza vem de uma via diferente...  vem da qualidade das relações, do questionar a vida; pelas experiências e vivências desafiadoras psico-corporais-espirituais que nos oferecem nossas fases enquanto mulheres!
Vem do quanto arriscamos nos conhecer, depois do risco de confiar em nós mesmas, mesmo sem ter um documento que nos atribua uma autoridade.
É a boa vivência nas prática de crises e encorajamentos que vivenciamos em nós mesmas e nas mulheres que amamos.

Correr o risco de vivenciar a nós mesmas enquanto corpo, ciclo, sexualidade, sentimentos, fases, envelhecimento, luz e escuridão é uma bagagem que legitima a autonomia e autoridade nos assuntos do Feminino!
Pra quem está começando, como saber quem escolher? 
Faz parte da própria jornada a escolha pelo instinto, o exercício do "faro"!
Faz parte correr o risco de confiar nas nossas sensações e isso é Feminino!

Começando pelas pessoas que atraímos para nosso aprendizado e aquelas que escolhemos caminhar, trocar, compartilhar e aprender, vamos recuperando o "radar", o elo de ligação profunda com a vida, com a terra e umas com as outras.
Investir em nossos talentos, usar o que já possuímos, ter coragem de ir em frente e se expor, mesmo sem um papel que nos dê “licença”, e confiar em nós mesmos, simplesmente porque sim, de fato é mudar um padrão!

E, embora seja realmente uma escolha e um portal que atravessamos solitariamente, nós não estamos sozinhas. Dizem que quando o aluno está pronto, o mestre aparece. Com um pouco de sorte, entendemos  que os mestres são de mão dupla e encontramos não uma mas muitas no caminho onde os mistérios mais profundos do Feminino possam ser recebidos.

Entre mulheres de confiança, podemos, efetivamente, nos fortalecer, nos expor, compartilhar e exercer o discernimento com escolhas que realmente enalteçam a nossa essência!
Um grande obrigada à todas fortalecedoras e guias do meu caminhar... Em especial à minha querida. Layla Blummer, iniciadora nos mistérios, que me ajudou a mirar o espelho, a enfrentar a sombra e a reconhecer a luz.

(Texto: Dúnia La Luna)

(Referências das Figuras: 1-Afonse Osbert, 2-Katlyn Breene, 3- Patrícia Ariel - 4-William Waterhouse)

Corpo Desperto

Um corpo desperto é um corpo com "células que enxergam".
Células que enxergam é corpo que capta transmite, flue, sente e vê caminhos, vê as direções.

Mulher desperta é corpo que enxerga.
Corpo que enxerga nos impulsiona a escolhas verdadeiras para o crescimento e sente outras células: Parceiros,  amigos,  caminhos, amantes, direções, grupos, trabalhos que nutrem.
Acordamento corporal difere de condicionamento corporal.
Corpo condicionado é corpo sob julgo, a mercê de condições.

Mulher condicionada tem antes corpo condicionado, subjugado, que tem a inteligência celular adormecida.

Corpo cego é mulher desprotegida que está à deriva tentando acertar às cegas, seguindo fórmulas e ideais bonitos que funcionam para os outros.
Um corpo que vê não tenta acertar, ele sabe!
Corpo que vê é mulher segura que não compra formatos de seguir a vida, seja o quanto funcione para outro.

Se não atrai o corpo, confia, não segue. Pára!
Uma mulher saudável está desperta, seu corpo está sentindo, suas células estão vendo.

Corpo que vê se relaciona, ama, cria seu sustento e escolhe os caminhos
da vida a partir de suas células acordadas, inteligentes, incorruptíveis!!!


 Ilustração de  Alex Grey
reflexão Dúnia La Luna

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Banho Sagrado Banho!

Banho Índigena - imagem da internet
Em antigas civilizações e culturas o banho sempre esteve ligado a momentos únicos de rituais de passagem e celebração... Entre as mulheres estava a serviço também da transmissão de saberes e cuidados femininos.
Para as nossas ancestrais a água é um ser sagrado assim como as montanhas, as plantas e as árvores. Mistica ou instinto as mulheres obtinham o poder do espírito da natureza a seu favor: o poder essencial e aromático das plantas, das ervas, a cura através da terra e das águas límpidas. 
Hoje esse espírito se reduziu à ciência da aromaterapia, fito, argilas, as águas vibracionais, etc... Oantigos não sabiam das coisas da vida pelo estudo delas, eles sabiam das coisas pela relação com a natureza e dessa relação lhes era revelado um conhecimento que o homem moderno ainda demora séculos para comprovar!
O banho para esses ancestrais era um espaço de sanação, rito, cura e relação com a vida!
Preparo de Banhos - Egito - Imagem internet
Entre os Egípcios e Gregos antigos descobriu-se nos banhos infindáveis benefícios terapêuticos que se tornou habito popular de saúde e relaxamento.
Entre os Romanos os banhos eram locais públicos de encontro e confraternização, espaços de relaxamento e compartilhamento. Longe de ser privado era uma espaço social e partilhado. 
Dos Haréns da cultura Otomana se existe algo a realmente ser cobiçado pela fantasia ocidental são os banhos! Seguido de massagens e óleos aromáticos os banhos turcos ou Hamam foram herdados na verdade do império Bizantino e ele tornou-se principalmente um lugar onde as mulheres Otomanas, podiam socializar-se, pois, suas vidas eram muito restritas. 

Pinturas Orientalistas - Hamam de Haréns Turkos
Os Hamans  existem até hoje na Turkia onde além de águas termais, ha uma sequência de esfoliação, saunas, óleos e massagens. Entre os árabes ha um ditado que diz que "cuidar da pele é como cuidar da alma."

Pintura Orientalista



Em meu caminhar na relação com a história das mulheres descobri que a nossa civilização é uma das únicas de todos os tempos que vê no banho somente como um momento para higienização. Mesmo que muit@s de nós saibamos que ele pode ser mais que isso, em nossas vidas não se encaixam tempos para algo mais prolongado, não há estrutura para um espaço mais interessante que um lavatório higiênico conjugado com o vaso sanitário!
Do mesmo modo que os banhos se reduziram à assepsia, a água também foi tolhida. Muito do potencial da Água em nosso modo de viver foi adulterado, moldado, contaminado tirando delas a capacidade da cura. 

Podemos e devemos fazer de nossos banhos um encontro de amor com nós mesmas, com a deusa em nós e com o prazer. Devemos voltar a fazer de nossos banheiros salas de banho. E realizar espaço para essa conexão que nos coloca em fluxo com o amor e o prazer.
Do meu convívio na natureza desde 2008, (pois moro desde então em meio à cachoeiras) nasceu em mim uma relação peculiar com as águas... Ela me ensinou que estava viva e era inteligente. 
Banho Rito Medicina - Foto Daniela Ribeiro
Me tornei sua devota, rs... 
Me banho nelas com muita regularidade e intensidade e assim nasceu o Rito Banho Medicina. Uma experiência ao ar livre e água pura.

O rito de banhar-se tem sido primeiramente chegar na terra abrindo espaço interno em nós, selecionar e colher as plantas e ervas para o nosso processo.
É possível que queiramos fechar ou abrir um ciclo, celebrar alguma fase, é possível que necessitemos abrir os sentidos e que queiramos apontamentos de nossa alma e pra isso abrimos um oráculo singelo e intuitivo. 
 Ungimos o corpo e os cabelos, sentimos as vibrações das árvores e do céu, trazemos a fala daquilo que nos toca ou que esteja pesado.. e então mergulhamos em nossas águas profundas e nas águas geladas de Oxum, deixando que ela lave e leve tudo o que estava pesado e tudo o que não nos serve, deixamos que rompam os medos do frio e com ele os espaços do corpo mais trancados e endurecidos... Saímos leve, com o sangue corrente a mil, forte e vibrante. Encerramos com um banho de hidratação suave, aromática e natural, tocando e abençoando o corpo como o real templo que é!
Um encontro com essa força inteligente, onde imersas, nos contaminamos de vida, como acordar de um sono profundo instantaneamente!
Claro, a água do planeta inteiro de todos os tempos é e sempre será a mesma! Água é vida, água é emoção, água é o inconsciente, água de cachoeira é átomo potente e puro de alta vibração fluida, capaz de levar fluxo para as nossas células e vibrações.
O sangue corre mais veloz, as linfas se liberam e todos os íons elétricos do corpo se renovam levando embora as "cargas" antigas.

Banho medicina - foto: Dúnia La Luna
Um banho dessa magnitude muda a frequência dos pensamentos e emoções trazendo uma limpeza mais profunda e uma necessidade de relaxamento imediatamente após o processo.
Seja lá o que necessitamos reconectar ou curar, a água em seu solo sagrado e original pode fazer isso por nós.
 É um deleite infinito! E partilhar isso faz parte dele!
A cada banho surge a integridade e sacralidade da relação com o nosso próprio corpo.
Um rito de limpeza, de despertar, um rito de sexualidade nata e renovação, de celebração ao nos descobrirmos vivamente como fonte de força e amor!

Banho Rito Medicina - Foto: Dúnia La Luna


Banho Rito Medicina - Foto: Dúnia La Luna




E enquanto você não vem aqui para essa experiência, leve um pouco desse saber p/ o seu banho em casa fazendo garrafadas simples para um banho aromático, medicinal e cheio de vida:

Garrafada para higienizar e equilibrar o PH do couro cabeludo, estimular a corrente sanguínea dos poros capilares e higienizar axilas, pés e articulações com maior sudorese:

1 litro de água (de preferência solidarizada)
1 colher de café de bicarbonato de sódio
10 gotas de óleo essencial de Melaleuca (Tea Tree)
5 gotas de óleo essencial Alecrim
5 gotas de óleo essencial de limão

Garrafada para desembaraçar e hidratar os cabelos :

1 litro de água (de preferência solidarizada)
1 colher de sopa de vinagre de maça (melhor que seja orgânico)
20 gotas de óleo essencial de palmarosa
(jogue nos fios, desembarace e enxague abundantemente com água corrente)

Garrafada aromática de hidratação e enxague para o corpo todo:


1litro de água (de preferência solidarizada)
30ml  de mel diluído num pouco de água e chacoalhado com a água acima
20 gotas de óleo essencial de gerânio
10 gotas de lavanda

Lembre de acender uma vela  para o seu banho ganhar uma aura especial.

Finalize com um óleo corporal puro vegetal com algum óleo essencial diluído (geranio e lavanda são magníficos)  para hidratação final!




Para saber sobre os banhos na natureza entre em contato:
dunialaluna@gmail.com
www.ocaminhodaserpente.com.br


  

sábado, 12 de março de 2016

Gozo e Amor 9 Luas Antes...

Das roupagens apertadas da aceitação não me atraio por nenhuma
Elas facilitam um tipo de vida... Mas não me servem...
Minha cauda não encontra lugar nas modelagens gurus
Nem tão pouco nos hábitos dos mestre ou da monja
Porque me é mais caro o poder do amor que o amor do poder.

Apresento-me como mulher... Somente tudo isso!
Visto-me de saias e tecidos amarrados, ornamentados e floridos
E se o acabamento bonito da costura, antes da dança, me aperta  uso sem pudor uma navalha
Porque em meus horizontes me é mais caro o poder da liberdade que a liberdade do poder

Quero lançar de mim os escudos do conhecimento
E em lugar dos lustrosos saltos altos da garantia,
Prefiro o empirismo arriscado da criação
Em lugar de sólidas tiaras brilhantes formatadas de comando,
Uso a coroa dourada da desacreditada intuição com um centro carmesim cor de sangue

Nutro, transformo, preservo e rezo. Com o corpo.
Não oculto seus mistérios, revelo-os
Abro meus braços para que sejam acessíveis
Abro minhas pernas para que seja degustada o ir e vir da vida...
Não domo meus cabelos, deixo-os voarem livres pra onde quiserem
Selvagem como o espírito
Não sirvo o espírito, satisfaço-o
E preencho as taças vazias com sangue materno da realidade terrena e amor quente...
De todas as águas, me são bentas o orvalho da noite e o vigor masculino do meu amante

Não me encerro entre pilares de um templo
Para chegar ao alto agarro-me sobre as pedras santas e ergo meus braços à santidade da água que me escorre no corpo
Reverencio o espírito do vale, a força das montanhas...
Não espero que o espírito desça à carne. Ele é a carne!
Pede passagem pela câmara secreta que encerrou gozo e amor  9 luas antes
Porque me é mais caro governar pelo amor do que ser governada por amor.
Porque anseio revelar em mim o novo e não mais esconder em mim o velho!

Foto e texto: Dúnia La Luna

domingo, 8 de novembro de 2015

Eu sei....


Das dores que existem por trás das atitudes exageradas...

Eu sei quão instável fica o interior quando fora se mostra somente fortaleza...

Eu sei da difícil autenticidade quando existem tantas 
fórmulas ditando quem se deve ser...

Eu sei das dificuldades de atender as expectativas do próprio ideal...

Eu sei o quanto assombroso pode ser aceitar a vulnerabilidade...

Eu sei da dificuldade em aceitar que não existem vítimas nem culpados...


Arte by Patricia Ariel

Eu sei sobre a culpa de julgar quando não se é julgado...

E sei sobre a mentira de ser boazinha...

Eu sei como é desagradável ser agradável demais...

Eu sei da tentação a abandonar quem se é quando o outro se
torna muito atraente...

Eu sei da  impossibilidade do sorriso esbranquiçado
quando os dentes são na verdade amarelos...

Eu sei que parece mais fácil ficar onde está...

Eu sei que existe um medo de ir adiante e descobrir que todas as fichas
foram apostadas no lugar errado...

Mas... Você pode se tranquilizar... Você esta totalmente segura aqui

(Meditações - Dúnia La Luna)

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Acordai Amante, Adormecei Amante... A amante em mim!



Acordai Amante, Adormecei Amante...
O Amor ou Eros, que em seu significado original é a força de atração que mantém os planetas orbitando o Sol, e que pelos antigos era usada também para denominar a força que nos mantem conectados à Vida e com o outro pela Vida... Uma força poderosa que entrelaça muitas esferas e camadas do nosso ser... Refinada e invisível que nos chama, puxa e orbita por fora e por dentro de nós  mas que de repente se torna imperceptível para o ser humano comum por entre quotidianos, rotinas e obrigações da vida automatizada que levamos! 
O coração e o sexo são os territórios do Amor, originalmente a canalização da Vida.
O coração está no corpo, o sexo está no corpo, as ações vibrantes se manifestam no corpo. 
A energia ERO-tica por tanto, vive no corpo!
Quantos momentos do dia ou da semana Eros se manifesta apresentando uma atmosfera ao nosso redor e nem percebemos? Ou se percebemos o ignoramos?
A vida que levamos nos solicita muito para fora de nós, ou seja, do corpo e assim tiramos quase todo o espaço que deveríamos ter para a Amante em nós (a força de Eros) se manifestar. 

Ou preguiça, ou por hábito de vivermos na mente ou por compromisso sabotamos nossa Amante o tempo todo e depois esperamos que Ela (Eros) se manifeste em nós de acordo com o ideal mental que temos de Amor.

Partilho aqui uma experiência:
Estava caminhando na estrada de terra com minha filha e sem esperar uma sensação invade meu corpo. Com ela, se configura uma imagem na mente: cada pedaço do meu corpo se deitava nu colando-se às rochas da cachoeira. Meu corpo vibrou com tal imagem como já havia feito muitas vezes. Neste dia porém não havia a menor razão para isso pois o clima era frio e cinzento...

Ri dessa "bobagem" e continuei conversando com minha filha.
Novamente a sensação. E a imagem agora era água que escorria na pele, o gelado tocando as articulações mais escondidas, o frio arrepiando... Mais uma vez ri, achando isso intrigante, ignorei e voltei a atenção na minha filha.
Cheguei ao meu destino, deixei a minha filha no local e saí para ir de volta para casa. (Pelo menos essa era a ideia focada nos compromissos do dia e na intenção de cumpri-los)
Eu, como todos nós, temos sido treinados a fortalecer a mente para controlar o corpo e criar ideais de como as coisas devem ser.
Eu sou mestra da mente, rs, era uma decisão simples e muito fácil de controlar, não ir e pronto!
Mas também tenho exercitado a ficar no corpo, legitimar sua sabedoria. Senti que esta situação poderia ser uma oportunidade desse exercício. Escolhi me observar e ver onde isso levaria...

Observei a engenhosa separação dentro de mim: corpo/mente com solicitações muito diferentes.

Quando escolhi observar e não comandar com a mente meu corpo se abriu a uma forte corrente prazerosa que me guiava: Saí do local e me vi entrando na trilha da cachoeira.
Quanto mais eu caminhava mais a mente disparava em querer argumentar o quanto isso era absurdo.
Eu não estava com roupas para banho, estava um frio horroroso e eu tinha muita coisa a fazer!
Sem razão alguma meu corpo era presença pura e criava um fluxo de prazer alto e vibrante a cada passo. A  caminhada tornou-se meditativa e sensualmente prazerosa.
Chegando à cachoeira não existia mais separação em mim, já não havia mais dúvidas em viver aquela experiência, não havia medo do frio mas um forte desejo por ele, pela água e pela rocha ao qual meu corpo de recostava...
Não foi uma decisão da mente, não foi um controle da minha personalidade.

Foi um agente da matéria, da poderosa força da natureza atuando na sua casa: Meu Corpo!

Era meu corpo tendo vez, meu corpo sendo ele, meu corpo sendo Amor.
Era a Amante que sou da vida me lembrando que o Amor não pede licença. Ele se manifesta e podemos experimenta-lo ou não.
Era eu Amante amando autenticamente e fora das idealizações da mente sobre o que é o Amor e sobre que horas ele tem que aparecer...

Era meu corpo NÃO sendo domado!
Era Eros apresentando-se convidativo...
Era a Amante tendo prioridade no lugar dos compromissos, as vezes, muito chatos do dia.

Escutei a Amante em mim e meu dia não tinha mais
CRONOS-grama, tinha FLUXO-grama livre cheio de energia com muitos insights e com todos os compromissos cumpridos antes da hora que eu supunha cumpri-los!

Bem, contudo me questiono: Quantas vezes temos espaço em nós para perceber ou para permitir essa força se manifestar e nos mover?

Todas nós estamos em caminhadas ininterruptas em busca de Eros. Mas cegas como Psiquês simplesmente não o reconhecemos por não vivermos mais no corpo.
Vivemos na mente, vivemos de ideais e negamos as sensações e os sinais do corpo.

Somos como Psiquês vivendo em negação para as tarefas de Afrodite que nos permitiriam amadurecer, nos reconhecer e a reintegrar o corpo à espiritualidade.
Sustentamos um estilo de vida que não nos permite nem saber o que é o chamado da vida ou da carência.
E quanto menos espaço disponibilizamos à Eros menos ele se manifestará quando queremos... Vamos assim perdendo o "time" e perdendo o "feeling" para o amor, para o prazer e êxtase do sentido da vida...

Não se trata de fazer sexo somente, não se trata de receber estímulo genital somente, mas sim de Gozar a vida e de deixar-se ser absorvida pela atmosfera do Amor, pela atmosfera atrativa e prazerosa que seu corpo é capaz de sinalizar pelas situações e pessoas.

Trata-se de abrir espaço no corpo, trata-se de abrir espaço na mente e se permitir a NADA, trata-se de deixar fluir as sensações sem tantos freios mentais, trata-se de deixar fluir a atração pelas pessoas, pelo ambiente e de abrir mão de tudo o que não nos atrai!




Acordai Amante, adormecei Amante

Todo os dias de nossas vidas 

Janelas abertas, corações disponíveis 

Todos os dias de nossas vidas

Desejo vivo, ações que convidam prazer

Todos os dias de nossas vidas

Corpo latente, alma vibrante

Todo os dias de nossas vidas 
Acordai Amante, Adormecei Amante

Texto e fotos: Dúnia La Luna
Imagens: Pre-Raphaelitas - Renascentistas

PARA ACORDAR SUA AMANTE CONHEÇA O RETIRO EM MEIO A NATUREZA
Íntimo & Pessoal - A arte de amar pelos mistérios femininos



quarta-feira, 6 de maio de 2015

A Medicina das Gemas de Cristais - Ovos Vaginais - O QUE TODA MULHER DEVERIA SABER


 Os exercícios com as gemas vem de culturas milenares e de práticas femininas... /

Servem tanto para acordar o circuito quântico do sistema energético feminino, quanto para limpar memórias uterinas que vem com nossas experiências sexuais e hereditárias e ancestrais, depende do uso!

A prática das Gemas Vaginais desenvolvem os três grande tesouros considerados pilares de uma vida integral e vital pelos taoístas: Jing (essência) -Chi (vitalidade) -Shen (divindade).

A energia Jing se transforma em Chi e esta em Shen... A parte do corpo responsável pela sustentação de Jing é o assoalho pélvico (Músculo Pubococcigeo - MPC).

A anatomia interna da pélvis feminina tem pouca hipótese de movimento e como nós, mulheres modernas, temos em geral uma cultura de exercício que não favorece a energia genital, é muito comum termos a probabilidade de estagnação de Chi , Sangue e Umidade nesta área.
Ao passo que vamos envelhecendo o MPC perde naturalmente sua viçosidade deixando escapar energia Jing...

"A fáscia vaginal recebe uma forte carga emocional", (diz Paula Madeira do departamento ginecológico de medicina taoista).
Além disso, temos memórias corporais ancestrais e o útero é uma caixa potente dessas memórias... Dores, traumas, emoções mal resolvidas, gestações, relações sexuais desestabilizadoras nossas e de nossas antepassadas tem carga energética celular e podem ficar a vida toda estagnada em nós e passadas para nossas gerações!

Segundo o departamento ginecológico de medicina taoísta, qualquer mulher acima dos 35 anos, deve fazer uso das gemas (após o parto, em casos de ptose, prolápso, incontinência, falta de tonicidade nas paredes vaginais, insensibilidade no canal vaginal, na menopausa ou para as que tenham interesse em se trabalhar e se transformar profundamente)

Como isso acontece?

Segundo a medicina taoístas, o diafragma uterino comunica-se com o diafragma existente no centro do cérebro nomeado por eles de palácio de cristal. (Área que compreende a hipófise, tálamo, hipotálamo, pineal, pituitária).


Ao trabalharmos com as gemas trabalhamos não somente os ovários, útero e assoalho pélvico, mas também o centro da cabeça estimulando o equilíbrio de todas essas glândulas responsáveis pelos hormônios do bem-estar e da vitalidade!


Ao trabalharmos com as gemas temos a oportunidade dessa limpeza e aumentamos a saúde, o amor próprio, a auto-confiança, auto-estima, aumentamos o prazer de viver e desenvolvemos a saúde e possibilidade de avanço de autoconsciência e sinapses cerebrais!



Na visão Taoísta é importante e deve ser considerada com muito cuidado processo experienciado!
Não deixar-se levar pela empolgação e pela vontade de queimar etapas é fundamental. O foco no processo com as gemas nos equilibra e resolve uma série de questões bem básicas em nossa vida, tais como: alimentação, subsistência, questões financeiras. Literalmente nos aterramos e nos embasamos adequadamente para depois prosseguir para os demais centros.




As gemas que saem aqui da Casa Hetaira é destinada somente as mulheres que passaram pelo processo dirigido comigo.
Elas vão com uma programação geral ligada com o feminino e são colocadas na natureza restituindo suas origens.
Se vc ja fez esse processo peça a sua ou participe do processo no Retiro Íntimo & Pessoal ou no Curso Virtual (abaixo)


(Pesquisa e estudos de Dúnia La Luna - Fonte: Departamento de ginecologia de medicina taoista de Portugal - Paula Madeira - Maytreia Piontek - Mantak Chia - Érika Tami - Práticas pessoais:

http://blogocaminhodaserpente.blogspot.com.br/2015/02/o-que-eu-aprendi-com-pratica-da-gema.html

INFORME-SE SOBRE O ACOMPANHAMENTO À DISTÂNCIA DESSE PROCESSO!
www.ocaminhodaserpente.com.br

domingo, 19 de abril de 2015

Ser Mulher - Ser Serpente...


20 de Março de 2015 - sonho 4 dias depois da cirurgia para retirada de uma gestação nas trompas...  Um dia após a entrada  astrológica do caminho de Kin SERPENTE ESPECTRAL, (da cosmologia Maia) guiado pela própria SERPENTE, convidando a nos despirmos definitivamente da antiga casca!!!


Meio mulher, meio serpente, meio lutadora marcial...
Era uma dança que riscava um caminho que se alastrava terra abaixo e subia na coluna céu acima...
Serpenteada e tremeluzente... Suave e intensa.


Ela não vem de baixo ou de cima, 
ela acontece no centro, no meu centro 
se alastra para cima e para baixo 
e já não tem mais diferença levitar ou pesar gravitar ou cair... 
São duas forças que me conectam no centro no meu centro... 

Um caminho que não se segue nem para cima nem para baixo

um caminho que permanece na serpente 

uma serpente que permanece na coluna

uma coluna que permanece no caminho

um caminho que forma uma serpente

A Serpente se ergue e percorre o seu caminho

A dançarina se ergue e se vira serpente
A lutadora se ergue e percorre mulher.


Entendo tudo!
Se permaneço no centro não preciso escolher para cima ou para baixo... Só permaneço no centro e vou para os dois hemisférios sem escolher;

É só seguir, a lutadora (que é a dançarina e que sou eu) aponta com a espada, "O Caminho da Serpente"... "O Caminho da Serpente"... É só seguir... E acordo! 

Acordo com "o caminho da serpente" na mente e digito no Google e eis que encontro Fernando Pessoa num texto nunca publicado com preciosidades muito assertivas me apontando um processo, um caminho... Um pouco do texto "O Caminho da Serpente":



"É preciso, quando se é Serpente, passar em Satan para chegar a Deus. A Serpente, retida pela Vesica.... No vértice nada a retém..

 'Seguindo um caminho que não é o de nenhuma ordem nem destino, ela ergue-se a Altura que é a sua origem e evita os lugares por onde os homens passam. "


No seu feitio de S (que, se se considerar fechado, é 8, e, deitado, igualmente serpentino, Infinito), a Serpente inclui dois espaços, que rodeia e transcende. (O primeiro espaço é o mundo inferior, o segundo o mundo superior). 

Em outra figuração serpentina — a da cobra em círculo, a boca mordendo a cauda — reproduz-se, não o S, de que a letra é sinal, mas o círculo, símbolo da terra, ou do mundo tal qual o temos. No feitio de S a Serpente evade-se das duas Realidades e desaparece dos Mundos e Universos." (Fernando Pessoa)Aqui concentro meu processo trilhado e renascido... Me permito renovar, me permito iniciar me o tempo todo e assim tb iniciar outras mulheres ao seu próprio caminho ao seu próprio centro, à sua própria serpente...

Nasce "O Caminho da Serpente" um percorrer de caminho da sua natureza, em sua própria natureza: Sexual, sagrada, natural, dançante - "O Caminho da Serpente": Jornadas alquímicas do feminino!  Percorra-o

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